Um Post Enorme Sobre Buenos Aires.

Depois de 6 anos consegui tirar férias e fui comemorar esse momento histórico em Buenos Aires. A cidade se tornou a Búzios dos brasileiros depois da crise de 2001, da qual o país até hoje não se recuperou, e era mais fácil encontrar brasileiros do que alfajor por lá no último feriado de finados.

Fiquei alguns dias além do feriado junto com a Renata, a senhora Pimentel. No início, achei Buenos Aires muito parecida com o Rio de Janeiro, principalmente o centro da cidade com suas ruas e prédios históricos. E realmente são parecidas, afinal são duas metrópoles, mas acabei conseguindo perceber e curtir as diferenças, que não são poucas, basta ver o tamanho do post.

A seguir, as MENTIRAS E (MINHAS) VERDADES SOBRE BUENOS AIRES.

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Dia de Princesa

A princesa acordou tarde, de ressaca, com um hálito assustador, a cara amassada de quem pegou pesado na noite anterior e um cara amassado, com quem ela costumava se pegar pesado em noites assim.

Dispensou o peguete, achou o copo da Starbucks ainda pela metade e esquentou no micro-ondas, acendeu um cigarro e foi para a varanda.

Ser princesa nunca foi tarefa fácil para Aurora. Sentia a pressão dos compromissos, dos interesses do mercado e da legião de súditos que ela não podia decepcionar. Mas esses, se a vissem naquele estado, certamente não a reconheceriam – estava bem diferente da personagem que exibia em suas aparições públicas.

Sabia que aquele comportamento não condizia com alguém em sua função. A alta rotatividade de copos, corpos, drogas, as madrugadas de Chatroulette… Até quando conseguiria manter tudo isso fora do alcance das pessoas que garantiam sua posição? E quanto mais se preocupava, mais se afundava.

E o pior, ou melhor, é que nada disso existia antes de se tornar princesa. Ao menos, não com tal intensidade. Foram hábitos que a jovem Aurora recolheu do submundo da cidade, de sua trajetória de atriz aspirante até a realeza, da convivência com simpáticos e sorridentes membros da corte durante o dia, que à noite usavam a química para fugir daquela realidade artificial. Quando a responsabilidade pesou sobre seus ombros, sabia exatamente o que fazer para aliviar.

O café acabou, a princesa encheu o mesmo copo com suco de laranja e vodka. Não que tivesse o hábito de beber pela manhã, mas é que naquele dia estava sem seu beque matinal – pegaria mais tarde nos arredores do castelo. Ligou a TV para assistir cartoons, checou os e-mails, twitou com um perfil falso, fumou de novo, viu alguma pornografia, descobriu novas manchas estranhas durante o banho, almoçou, vomitou.

O dia hoje seria pesado, com duas Paradas – se sentisse alguma coisa ao final, seria seu maxilar doendo. Tomou um Prozac pra aliviar a consciência, um brilho para dar energia, guardou uma bala na bolsa para entrar no clima mais tarde, pegou seu crachá da Disney e saiu apressada, tinha uma longa sessão de maquiagem antes de assumir, mais uma vez, a identidade de Cinderella, princesa maior no Reino Mágico de Walt Disney, espelho de meninas do mundo inteiro, alvo dos olhares e da admiração de milhares todas as noites, co-responsável por milhões em vendas de produtos licenciados. Correu para o taxi antes que o pavor a fizesse voltar.

O que é criatividade para você?

Criatividade é conseguir surpreender e emocionar pegando uma história que todo mundo conhece e contando de forma diferente.

Uns 7 anos atrás, quando o site do CCRJ era informativo e atualizado, e não aquela sopa de letrinhas coloridas que tiveram a sabedoria de tirar do ar recentemente, eles faziam toda semana uma entrevista com gente do mercado e uma pergunta sempre se repetia: “O que é criatividade pra você?”. As respostas iam das opiniões mais pessoais às mais acadêmicas, mas só uma foi boa o suficiente para ficar marcada na minha memória: “Criatividade é conseguir surpreender e emocionar pegando uma história que todo mundo conhece e contando de forma diferente”.

A partir de agora, quando me perguntarem o que é criatividade, eu vou responder mostrando esse vídeo:

A triste história de Viralzinho.

A família tanto pressionou que os pais resolveram conceber um filho. Ele seria fofinho e bonito e seu nome seria Viralzinho.

Depois de um curto período de gestação (foi um parto precoce) Viralzinho veio ao mundo. Logo de cara, todos ficaram encantados com Viralzinho. A família teve seu pedido atendido e havia um consenso de que ele não era só fofinho, era também inteligente e muito engraçado. “Esse nasceu para ganhar o mundo”, dizia o pai exaltado.

Em casa todo mundo adorava o Viralzinho. Os pais estavam orgulhosos, os amigos dos pais gargalhavam com as brincadeiras do menino. Alguns até contavam para suas esposas sobre o Viralzinho, mas as esposas estavam sempre muito ocupadas e não davam atenção. Os maridos então pensavam “Ah, ela não entende nada de criança.”

Já na escola, Viralzinho não foi tão bem. Vez ou outra um professor comentava que Viralzinho era muito brincalhão, disperso, não tinha um objetivo na vida, não se comunicava bem com os colegas e não fazia o dever de casa.  Certa vez um professor percebeu que o menino não se desenvolvia como os outros e perguntou “Viralzinho, você não vai crescer? Onde você quer chegar?”  Viralzinho respondeu com uma gracinha e todo mundo caiu na gargalhada, até o professor parou de reclamar. Aquele Viralzinho era uma peça!   

Mas, fora do lar e da escola, o mundo real foi cruel com Viralzinho. Ninguém queria saber de suas piadas e gracinhas, as pessoas não achavam Viralzinho tão fofinho assim. Viralzinho não crescia e ninguém estava nem aí para o que ele tinha a dizer.

Depois de algum tempo descobriram que o Viralzinho tinha um problema adquirido ainda na gestação que o impedia de crescer. Dizem que ao descobrir o problema, seus pais se envergonharam e o abandonaram. Procurados, os pais do Viralzinho não foram encontrados na velha casa. Na escola, algumas pessoas lembram: “Ahhh, o Viralzinho do… da… qual era o sobrenome dele mesmo?”

E aquele menino que ia ganhar o mundo nunca foi grande. Quem procurar na internet pode até achar lembranças do Viralzinho, o problema é que ninguém procura mais por esse Viralzinho na internet. Pelo menos ninguém que importa.

Meu M&M preferido é o amarelo crepúsculo.

M&Ms é uma marca cool, moderna, jovem, descolada, um chocolatinho gostoso e agora está ainda mais irresistível: vem em CORES MAIS VIBRANTES!

Porra, a cor mais vibrante que um chocolate devia ter é marrom escuro. Posso estar enganado, mas pra mim isso soa parecido com “Estamos aumentando o risco de você ter câncer, olha que legal!”

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Você nunca estranhou esses produtos que fazem alarde por uma NOVA EMBALAGEM? Nas primeiras vezes que percebi isso, ainda criança, confesso que estranhei. Afinal, não importa se tem um tigre de skate ou de bicicleta na caixa, os Sucrilhos lá dentro continuam dando dor de barriga.

Mas com o tempo a gente se acostuma. Os sádicos ainda vão para a faculdade aprender a justificar a estratégia canalha e depois a repetem (eu inclusive). E, pelo jeito, os muito sádicos vão trabalhar com M&Ms.

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Nota do Blogueiro – Recentemente, duas pessoas que eu admiro me falaram sobre posts aqui do blog. Eu, que já andava me sentindo meio culpado por descuidar dele, resolvi tomar vergonha na cara.  E lá vamos nós mais uma vez tentar botar uma sequência nisso aqui.

Superman na Milícia?

A gente sabe que não está fácil pra ninguém, mas agora até ele anda armado:

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No Rio, não basta ter peito de aço, tem que participar.

O Significado Oculto (Ou Nem Tanto) Das Palavras

A gente usa e abusa do vocabulário. Moderniza, mistura, recria, reforma, maltrata o idioma e a poesia de cada palavra vai ficando esquecida. Mas se você reparar bem, ela ainda está lá:

Considerar tem o mesmo radical de sideral que é sider, termo em latim para estrela ou astro. Ou seja, considerar é contemplar os astros, buscar no céu uma resposta para um problema.

Capital e Capitão vêm de capta que quer dizer cabeça, aquilo ou aquele que comanda. O que explica muito sobre o poder do dinheiro.

Desvendar significa literalmente tirar a venda dos olhos. Essa estava na cara.

Escrúpulo, uma das palavras mais bizarras da TV brasileira, vem do latim scrupulu que é a forma diminutiva de scrupus, pequenas pedras usadas pelos antigos comerciantes romanos para atestar o peso das mercadorias. Comerciantes desonestos não tinham scrupulus. Daí para o significado que tem hoje foi um pulo. A Flora era uma mulher sem pedrinhas.

Tortura: Ato de torcer – Essa a torcida do Botafogo já sabia.

*inspirado por uma visita ao Museu da Lingua Portuguesa, em São Paulo.

Muito pelo contrário.

Post Rápido.

Sem pesquisar muito, só pescando algumas coisas reproduzidas por meus seguidos no Twitter nas últimas semanas, encontrei o seguinte:

  • Guilherme Chapiewski, da Globo.com, acha que o profissional tem que ser generalista. André Matarazzo, da Gringo, diz que é necessário ser especialista.
  • Para Emerson Calegaretti, do MySpace, os hotsites estão mortos e o que manda é aplicativo. Michel Lent, da Ogilvy Interactive, é fã de hotsites.
  • Em um evento recente, depois de um palestrante defender o uso consciente do Design em prol da Usabilidade, outro fez a apologia do Design arrojado como forma de causar impacto no usuário.

A verdade é que todos esses assuntos são complexos e talvez nem exista uma resposta 100% certa. Prefiro sempre analisar e tentar encontrar a melhor resposta caso a caso. Afinal, se nem a nata da internet brasileira consegue chegar a um acordo, quem sou eu pra sair ditando regra por aí?

A Revolução Mobile

Quem precisa de celular com acesso à Internet, 3G, bluetooth, aplicativos…? O mega-premium do conteúdo mobile chega via SMS mesmo:

JoanaPrado

Mobile Marketing. Não deixe esse poder cair em mãos erradas.

*Imagem enviada pelo @mimConan no Twitter

Prêmio Mearim #2

Mais um candidato ao troféu Mearim. Um legítimo representante brasileiro no Oscar da propaganda de qualidade duvidosa.

É o Festival de Cannes inspirando os nossos publicitários. Imagina como vai ser quando exibirem os vencedores do Wave Festival.

*via @gustavoramos no Twitter.


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